O escorpião amarelo é no Brasil a principal espécie de interesse médico dentre os escorpiões, podendo causar acidentes graves, inclusive mortes, principalmente em crianças.
Como o próprio nome diz, tem coloração amarela nas patas e na cauda, mas com o tronco de cor escura e pode atingir até 7 cm de comprimento.
A espécie pertence à família
Buthidae. A área de distribuição tem aumentado muito ao longo dos anos e hoje alcança dos estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espirito Santo, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e Goiás, porem está em expansão e já podem estar ocupando outros estados brasileiros.
Uma característica curiosa dessa espécie é que só existem fêmeas, e sua reprodução portanto ocorre sem fecundação e os filhotes são clones da mãe. Esse tipo de reprodução, que também pode ocorrer em alguns lagartos e serpentes, é denominada partenogênese. O termo partenogênese se origina da função da palavra grega parteno = virgem e gênese = nascimento e é uma referência a mitologia grega pois Partenon era o templo da deusa grega Atenas.
Cada fêmea se reproduz duas vezes por ano, com em média 20 filhotes cada.
O veneno de todos os escorpiões tem efeito neurotóxico. A picada do escorpião é extremamente dolorosa no local da picada e se espalha por todo o corpo, deixando o acidentado extremamente sensível ao toque. A ação do veneno age sobre a parte do cérebro que controla principalmente os movimentos respiratórios, mas também os cardíacos e peristálticos. Desta forma, a causa da morte é por parada respiratória.
Nos últimos 15 anos, segundo o Ministério da saúde, o número de casos de acidentes por escorpiões registrados no país, aumentos 600%. Esse aumento é o resultado da expansão urbana sobre áreas antes ocupadas por matas, do acúmulo de lixo e entulho que atraem insetos que servem de alimento para os escorpiões, e da capacidade desses animais de se adaptarem a ambientes variados, de florestas úmidas até desertos.
De acordo com os registros do Ministério da Saúde, os escorpiões provocaram a maior parte dos acidentes com animais peçonhentos no país, com 133.964 casos registrados em 2017. Neste mesmo ano os acidentes por serpentes ficaram em 28.466 casos e de aranhas, 32.712 casos.
É muito importante prevenir acidentes, limpando os terrenos que possam abrigar escorpiões e evitando o acúmulo de lixo. Os especialistas em escorpiões consideram de baixa eficácia uma estratégia adotada principalmente em cidades do interior de São Paulo: a criação de galinhas nos quintais de casas ou em condomínios. A razão é simples: apesar de serem predadores naturais de diversos artrópodes inclusive os escorpiões, as galinhas têm hábitos diurnos e os escorpiões são animais noturnos.
Outra alternativa que divide opiniões sobre sua validade e eficácia é o uso de inseticidas regulamentados, porém esse método só deve ser utilizado por firmas credenciadas e mesmo assim após profundos estudos realizados na área afetada.
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